segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

OS FURIOSOS INSURRETOS DESGOVERNADOS e O MALDITO VERBO PRATICADO- 4º MANIFESTO FURIOSO


Eu insurjo
tu insurges
ela insurge
nós insurgimos

Mas por que praticamos o verbo? Quando as motivações que nos levaram a fazer teatro se aprimoram junto com a nossa arte, mas as circunstâncias que envolvem nossas vidas e a nossa arte aprimorada, não se aprimoram, e por intermédio de chantagens tentam nos forçar a não exercermos o nosso aprimoramento, colocamos perante nós, em nossos caminhos uma bifurcação.
O de lá é claro, asfaltado e fácil por causa das placas de informação /indicação/sinalização. Este caminho bem sinalizado é largo o bastante para caber dentro dele mais 2 trilhas. Uma sinalizada como Direita e a segunda trilha sinalizada como Esquerda. Já o outro mais parece um buraco pois é estreito e escuro, barrento e difícil, pois é uma trilha na mata. Terá armadilhas? Não é impossível. No claro caminho de lá você terá companhia. O outro caminho é quase solitário. Somente nós poucos- gotas de multidão salpicados no escuro, ruá, ruá...
Talvez seja boa idéia, caso opte pelo outro caminho solitário, de vez em quando dizer firme e concentrado, como quando se tenta contato com os deuses para se orar:”Antes só do que mal acompanhado”. Mas veja bem! Dizer firme como oração e não ficar raciocinando no que diz. No caminho escuro da verdade descobrirá que só porque foram pela outra trilha não quer dizer que são más companhias. E que porque você está neste outro, não necessariamente a boa companhia seja você. Esta oração do "antes só do que mal acompanhado" é uma pequena alienação. Uma droga pra te dar forças e continuar seu caminho, tateando de quatro no barro escuro que é o chão desse caminho a que chamam de buraco. Buraco que é capaz de nos mostrar que muitos que percorrem o caminho de lá, se ganhassem 1000.000 de dinheiros, dariam meia volta por onde vieram esse tempo todo e se enfurnariam de 4 no escuro neste nosso outro, recomeçando do ponto 0 a sua caminhada. No caminho sistemático, tenho quase certeza, somente os alienados e mal intencionados têm a capacidade de ter a convicção contente. Tenho quase certeza. Mas a terei toda se continuo engatinhando aqui neste escuro sobre este barro. Mas por enquanto tenho quase certeza de que a maioria que se encontra lá é por sobrevivência.
Mas o que raios buscamos tão teimosos neste caminho tosco? Por incrível que pareça, nada. Pelo menos mais nada, porque no caminho escuro o tesouro está no começo e não no final da trilha: A liberdade total de instruções de o que devemos ser, de como devemos ser, de como devemos pensar, do que devemos desejar, de que expectativas devemos ter para fazermos nossa arte, do motivo que nós devemos ter para fazer arte, de como reagir... regras quase sempre desobedecidas quando se tem quase a certeza de que se sairá impune. E sempre desobedecidas quando a certeza da impunidade é total. Daí escapam da punição e da acusação perante a opinião pública mas não escapam de si mesmos. Sim na estrada de lá desde pequenos os caminhantes são domados a desenvolver o que para eles é sua principal virtude: O cultivo do sentimento de remorso. O poder de auto punir-se. É a culpa cristã, judia, mulçumana ou qualquer outra balela que valha o mesmo e que também cultive o medo,a culpa e o sofrimento. A culpa é uma regra. Regra inscrita em alguma das milhares de placas tão típicas quanto abundantes na clara e fácil estrada de lá, após a bifurcação.
E aqui estamos engatinhando no escuro e solitários. Somente nós-poucos a nos fazer companhia nesta estrada quase deserta mas nada silenciosa, pois é tanto o barulho na estrada vizinha, e tantos os gritos dentro de nossas cabeças a se misturar com os gritos que nossos corpos emitem e se fundem com os gritos das cabeças e dos corpos gritantes dos outros nós-poucos... São lúcidos gritos de desejo e fome fundidos. Ouvidos de forma leviana e omissa pode ser o próprio ruído do Caos!

aldjeufnmrnjfuekd,dnmgjhui58mfjrufjeiudfjejwiosuijhçaiengiisdjks´piojekerlka´podifklmeqipjdf´pajfqçkwejfápsidufvalçkt~pwduf´pwjdfq~lwekjf´WDUFldjaliohdtpoaiwjdfpoqjnefljn´qa0uzx´cpbuzc´pvuqwlkjtqlwkejrta´spfvuis´pcvuqlçkewjrt~qlkwejrápsduvaspoivuqlwekjrqçlskjfgpçsajgçpajoiwfgpaiwojfówijef´pwjief´pqwjefqwjoekfgaleiohgqpowjhfgwdijf´qofjqówijfpwoejhfqówiqówijf´jqejpfqówejfpqowejhf´q0wv0asd9uva´0owdufvpo2i34j5ço12lj5-012789345

É que os ouvidos omissos foram levianos. Os ruídos organizados não passam de:

“Puts, e como vais ser isso deste espetáculo cortejo de rua/sem máscaras e sim realístico/em carácter de processo?”
“Caray, la plata de la locación!!!
“Como vamos à Curita? E como ficaremos lá?”
"Qualé a fome? Que fome é essa, opá!"
“Esse buraco dá uma peça!”
“Essa peça já há. Na verdade é um conto do Kafka!”
“não seria melhor eu voltar daqui para a estrada de lá?”

E daí quando os ouvidos levianos e omissos escutam assim, tudo organizado é capaz de a boca de seus ouvidos ainda perguntarem desinteressados:

“É... Não é melhor voltarem daí e retomar a clara estrada de lá? Por quê? Por que raios praticam o verbo???”

Porque recusamos e combatemos em nossas cabeças e em nossos corpos a tal mentira do “navegar é preciso - viver não é preciso”.
Combatemos gritando, com nossos-poucos-corpos-furiosos, o vigor da nossa verdade: VIVER É PRECISO!
E pra viver e se sentir vivendo, INSURGIR É PRECISO!!!
Por isso somos Insurretos, Furiosos, Inflamáveis e Desgovernados. Por isso praticamos o verbo.

Insurgir é preciso- conjugar não é preciso.

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