Há possibilidade de aqui no brasil se fazer uma escola de teatro tão importante quanto a dos grandões da europa? Stanislawski, Brecht, Kantor, Grotowski...
Penso que sim, porque nós voltamos ontem de um festival em Maceió e vimos um teatro de muita personalidade. (A Mostra de Teatro Alagoano, promovido pelo Sesi-Al teve apresentações de espetáculos alagoanos e debates de raciocínios e constatações, promovidos pelos Insurretos Furiosos Desgovernados, O crítico e teatreiro Lael Corrêa e o crítico e teatreiro Otávio Cabral. Ambos também insurretos, já que também preocupados e ocupados na luta revolucionária antialienativa.) A personalidade nas cores, nas texturas, no rítimo e na musicalidade. Pra quem não está acostumado é uma coisa arrebatadora. Uma atmosfera que te seduz antes mesmo de que se tenha tempo de ativar seu senso crítico.
Mas eles conseguiram isso se repetindo. A encenação deste tipo de teatro típico no nordeste é talvez uma tradição. É quase uma manifestação folclórica, mais alguns anos se repetindo assim, este teatro se torna um folguedo. E que maravilhoso folguedo será!!!
Mas é desejo transformar o teatro típico nordestino em um folguedo? Se não, devemos urgentemente avançar com isso não? Quebrar a redoma de cristal que impede que este teatro prossiga seu efêmero e incessante desenvolvimento. Deve-se investir em idéias que descristalize este teatro.
Quais são as âncoras do teatro cristalizado em metamorfose para o folguedo? As tradições cristalizadas! A moral cristã embolorada dos antigos cordelistas que seguiam os princípios da honra imaculada ou lavada com sangue, do zelo à virgindade das filhas, das espectativas sociais e morais impostas à família e das impostas pela família aos indivíduos. Isso no plano ideológico. O plano que motiva a dramaturgia. No plano da encenação talvez a maior âncora seja o tipo de contato que fazem com os espectadores. É muito boa essa coisa natural no teatro nordestino oriunda talvez de seus homens da cobra, ou vendedores de elixires e venenos, destes mascates nordestinos que anunciam em espetáculo seus produtos nas praças e feiras livres nas ruas nordestinas e pelo país afora. Mas o contato no teatro é quase o mesmo! Transforma o espectador em atuador direto na cena, mas ainda como os mascates fazem. Para prosseguir o contato com o público e fugir da cristalização, temos de aprimorar este contato. No plano ideológico e no plano de encenação. Buscar novos motivos para participar o público.
Foi muito bom ter acontecido 2 fatos para que pudessemos identificar possíveis saídas para se fugir da redoma de cristal que prende o teatro nordestino alagoano.
O primeiro diz respeito ao plano ideológico. O plano que leva à dramaturgia:
Havia um espetáculo chamado "O casamento da filha do retratista" onde a trama era a proibição pelo pai, (um retratista ambulante que viaja com a família feito um cigano) do casamento da filha com um poeta que habita a cidade em que estavam em temporada. Isso é o repetido exaustivamente no teatro típico nordestino. O fato é que a personagem do poeta era interpretado por uma atriz. Daí surgiu um exemplo de avanço fora da redoma sugerido pelo Insurreto Otávio Cabral de que o poeta fosse poetiza e que o drama não fosse mais essa moral de se entregar a virgindade da filha a quem a sociedade espera e sim um aprimoramento dessa moral: A proibição de um casamento homossexual.
O segundo diz respeito ao plano de encenação: Contato com o público. O Insurreto Lael Corrêa disse que se lhe chamassem pra participar nestes tipos de contato cristalizado, pararia o espetáculo para protestar contra esse tipo de participação onde muitas vezes a intenção é constranger um espectador isolado para que os outros achem graça. Isso seria sem dúvida um avanço! Um distanciamento, ruá, ruá, ruá!!! Se não Brechtiano ao menos Laeliano.
Há espetáculos sendo feito por nordestinos que são ótimos exemplos de embrião para isso que pode ser a nova escola brasileira de teatro. Uma escola grande, pra se apresentar nos festivais dos mestres e não mais dos discipulos. No festival de Lion, por exemplo. O Vau da Sarapalha do grupo Piolin na Paraíba é o grande exemplo. O Luis Carlos Vasconcelos foi conviver com o teatro do Odin, na Dinamarca, com idéias internacionalistas e quando voltou pra cá não tratou-se de se desempregnar de suas origens nordestinas para dirigir o Vau. Uniu suas origens(as cores, texturas, rítimos e musicalidade) à universalidade de Guimarães Rosa (outro internacionalista impregnado de origens nordestinas) ao que descobriu no resto do mundo para construí-lo.
E fez um espetáculo original e único. Com a personalidade típica do teatro nordestino descrita no início desta matéria: A personalidade capaz de seduzir antes que se ative nosso senso crítico. E mais. Muito mais: Um espetáculo crítico. Com as cores, texturas, rítimos e musicalidade nordestina-brasileira. Nosso tempero irresistível, original e único. O mesmo tempero que muitas vezes desprezamos para utilizar temperos estranhos. Especialmente pela academia que procura reproduzir cores, texturas, rítimos e musicalidades que não são suas, mas européias.
Acho que é isso. Se for mais depois eu volto e aprimoro o texto. Mas por enquanto estou bem satisfeito em terminar dizendo que em suma é quebrar as redomas que nos cristalizam e prosseguir sem sessar a um rumo certo mas sem fim, para fugir da ameaça de nos tornar-mos festeiros de folguedos.
Penso que sim, porque nós voltamos ontem de um festival em Maceió e vimos um teatro de muita personalidade. (A Mostra de Teatro Alagoano, promovido pelo Sesi-Al teve apresentações de espetáculos alagoanos e debates de raciocínios e constatações, promovidos pelos Insurretos Furiosos Desgovernados, O crítico e teatreiro Lael Corrêa e o crítico e teatreiro Otávio Cabral. Ambos também insurretos, já que também preocupados e ocupados na luta revolucionária antialienativa.) A personalidade nas cores, nas texturas, no rítimo e na musicalidade. Pra quem não está acostumado é uma coisa arrebatadora. Uma atmosfera que te seduz antes mesmo de que se tenha tempo de ativar seu senso crítico.
Mas eles conseguiram isso se repetindo. A encenação deste tipo de teatro típico no nordeste é talvez uma tradição. É quase uma manifestação folclórica, mais alguns anos se repetindo assim, este teatro se torna um folguedo. E que maravilhoso folguedo será!!!
Mas é desejo transformar o teatro típico nordestino em um folguedo? Se não, devemos urgentemente avançar com isso não? Quebrar a redoma de cristal que impede que este teatro prossiga seu efêmero e incessante desenvolvimento. Deve-se investir em idéias que descristalize este teatro.
Quais são as âncoras do teatro cristalizado em metamorfose para o folguedo? As tradições cristalizadas! A moral cristã embolorada dos antigos cordelistas que seguiam os princípios da honra imaculada ou lavada com sangue, do zelo à virgindade das filhas, das espectativas sociais e morais impostas à família e das impostas pela família aos indivíduos. Isso no plano ideológico. O plano que motiva a dramaturgia. No plano da encenação talvez a maior âncora seja o tipo de contato que fazem com os espectadores. É muito boa essa coisa natural no teatro nordestino oriunda talvez de seus homens da cobra, ou vendedores de elixires e venenos, destes mascates nordestinos que anunciam em espetáculo seus produtos nas praças e feiras livres nas ruas nordestinas e pelo país afora. Mas o contato no teatro é quase o mesmo! Transforma o espectador em atuador direto na cena, mas ainda como os mascates fazem. Para prosseguir o contato com o público e fugir da cristalização, temos de aprimorar este contato. No plano ideológico e no plano de encenação. Buscar novos motivos para participar o público.
Foi muito bom ter acontecido 2 fatos para que pudessemos identificar possíveis saídas para se fugir da redoma de cristal que prende o teatro nordestino alagoano.
O primeiro diz respeito ao plano ideológico. O plano que leva à dramaturgia:
Havia um espetáculo chamado "O casamento da filha do retratista" onde a trama era a proibição pelo pai, (um retratista ambulante que viaja com a família feito um cigano) do casamento da filha com um poeta que habita a cidade em que estavam em temporada. Isso é o repetido exaustivamente no teatro típico nordestino. O fato é que a personagem do poeta era interpretado por uma atriz. Daí surgiu um exemplo de avanço fora da redoma sugerido pelo Insurreto Otávio Cabral de que o poeta fosse poetiza e que o drama não fosse mais essa moral de se entregar a virgindade da filha a quem a sociedade espera e sim um aprimoramento dessa moral: A proibição de um casamento homossexual.
O segundo diz respeito ao plano de encenação: Contato com o público. O Insurreto Lael Corrêa disse que se lhe chamassem pra participar nestes tipos de contato cristalizado, pararia o espetáculo para protestar contra esse tipo de participação onde muitas vezes a intenção é constranger um espectador isolado para que os outros achem graça. Isso seria sem dúvida um avanço! Um distanciamento, ruá, ruá, ruá!!! Se não Brechtiano ao menos Laeliano.
Há espetáculos sendo feito por nordestinos que são ótimos exemplos de embrião para isso que pode ser a nova escola brasileira de teatro. Uma escola grande, pra se apresentar nos festivais dos mestres e não mais dos discipulos. No festival de Lion, por exemplo. O Vau da Sarapalha do grupo Piolin na Paraíba é o grande exemplo. O Luis Carlos Vasconcelos foi conviver com o teatro do Odin, na Dinamarca, com idéias internacionalistas e quando voltou pra cá não tratou-se de se desempregnar de suas origens nordestinas para dirigir o Vau. Uniu suas origens(as cores, texturas, rítimos e musicalidade) à universalidade de Guimarães Rosa (outro internacionalista impregnado de origens nordestinas) ao que descobriu no resto do mundo para construí-lo.
E fez um espetáculo original e único. Com a personalidade típica do teatro nordestino descrita no início desta matéria: A personalidade capaz de seduzir antes que se ative nosso senso crítico. E mais. Muito mais: Um espetáculo crítico. Com as cores, texturas, rítimos e musicalidade nordestina-brasileira. Nosso tempero irresistível, original e único. O mesmo tempero que muitas vezes desprezamos para utilizar temperos estranhos. Especialmente pela academia que procura reproduzir cores, texturas, rítimos e musicalidades que não são suas, mas européias.
Acho que é isso. Se for mais depois eu volto e aprimoro o texto. Mas por enquanto estou bem satisfeito em terminar dizendo que em suma é quebrar as redomas que nos cristalizam e prosseguir sem sessar a um rumo certo mas sem fim, para fugir da ameaça de nos tornar-mos festeiros de folguedos.
SE DESEJAR, LEIA TAMBÉM O ARTIGO "PROCEDIMENTOS DE UM TEATRO DE INVASÃO" AQUI MESMO NESTE BLOGZINE:
ResponderExcluirhttp://insurretosfuriososdesgovernados.blogspot.com/2009/04/depois-termino-perdi-paciencia-e-vou.html
olá estava procurando noticias sobre a peça o casamento da filha do retratista e vi seu comentario e conclui este muito pertinente, eu fiz o personagem lourenço, vagabundo e ladrão, nem sei se você lembra mas seu comentário vai para o meu portifólio, nos prestigie sempre. se tiver orkut me adicione o meu é keylla sarmento e email keyllinha21@hotmail.com
ResponderExcluirprecisamos fazer sempre estes intercambios
abraços